segunda-feira, 25 de junho de 2012

O mundo no espelho dos jogos

                                    

O perfil olímpico dos países desenvolvidos conta muito sobre as condições de vida de sua população. O mundo rico, escolarizado e com bom desenvolvimento humano domina os jogos.

Tanto nos esportes individuais quanto nos coletivos, o pódio nas Olimpíadas é resultado de um esforço de toda uma vida de atletas – somado, muitas vezes, a um talento nato. Mas tudo isso dá muito mais resultado quando a pessoa nasce num país que incentiva a prática esportiva maciça para todas as crianças – e ainda mais quando se trata de um país rico, que garante boas condições de vida a toda a sua população. Quatro dos cinco países que mais ganharam medalhas olímpicas na história estão entre os sete mais ricos do mundo atual – Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. O outro não existe mais: União Soviética. 90% dos 20 primeiros países do ranking IDH ganharam medalhas olímpicas.



PLACAR: 4.494x 4

Os dez primeiros países do ranking do IDH somam 1.593 medalhas de ouro, 1.433 de prata e 1.468 de bronze, num total de 4.494. Países: Noruega, Austrália, Holanda, Estados Unidos, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda, Liechtenstein, Alemanha e Suécia.

Os dez últimos países do ranking do IDH somam duas medalhas de ouro e duas de bronze, ou seja, quatro apenas. Países: RD do Congo, Níger, Burundi, Moçambique, Chade, Libéria, Burkina Fasso, Serra Leoa, República Centro-Africana e Guiné.

Dez dos doze países que lideram o ranking olímpico não têm analfabetos pelos índices oficiais. Nove dos doze países com a maior taxa de analfabetismo jamais ganharam medalha olímpica.

MEDALHAS POR CONTINENTE

            Europa..............8.502
América.............3.121
Ásia................... 1.261
Oceania...............531
África..................318

O IMPACTO POLÍTICO NAS OLIMPÍADAS


A Europa concentra a ampla maioria dos países desenvolvidos, e também dos que mais ganharam medalhas olímpicas. No caso das Américas, os Estados Unidos respondem sozinhos, por 74% das medalhas. As 54 nações da África juntas somam apenas 13,8% das medalhas obtidas só pelos EUA.


Embora a filosofia dos Jogos Olímpicos passe bem longe da política, as disputas, conflitos e até guerras de nossa época deixaram marcas na competição. As Guerras Mundiais foram os eventos mais avassaladores: causaram o cancelamento das olimpíadas de 1916, 1940 e 1944.



Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, o chanceler alemão Adolf Hitler recusa-se a reconhecer as vitórias do atleta norte-americano negro Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas de Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro mata 11 atletas de Israel.


Até o fim da Guerra Fria ocorrem vários boicotes às Olimpíadas por motivos políticos. Os EUA, por exemplo, não participam dos Jogos de Moscou, em 1980, em protesto contra a invasão do Afeganistão. Os soviéticos, por sua vez, recusam-se a disputar as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, alegando problemas de segurança. Apenas em Barcelona (1992) a competição volta a contar com a maioria dos países.


O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS


1920
Em Antuérpia, na Bélgica,o Brasil teve sua primeira participação nos Jogos olímpicos. Ganhou três medalhas (uma de ouro). Todas elas foram no mesmo esporte: tiro. Guilherme Paraense, nosso medalhista de ouro, era tenente do exército. Nessa Olimpíada, nossa delegação, de 21 atletas, só contava com homens.

1929
Em Amsterdã, na Holanda, foram os únicos Jogos dos quais o Brasil não participou desde sua estreia. A crise econômica que atingiu o país, com a decadência da economia baseada no café, não permitiu o envio de uma delegação.

2008
Foi justamente na última Olimpíada, a de Pequim, que o Brasil teve seu melhor desempenho: 15 medalhas (3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze). São boas as perspectivas para os jogos de Londres de 2012.

36º lugar é a colocação do Brasil no ranking de medalhas olímpicas, com 91. Excluindo-se os países que não existem mais, o Brasil subiria para 30º. É o segundo da América Latina, atrás de Cuba.

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