quarta-feira, 29 de junho de 2011

Murmúrios da tarde...Castro Alves

Castro Alves, obviamente, dispensa apresentações. Trata-se de um dos maiores poetas brasileiros, com certeza, um dos mais inspirados de toda literatura de língua portuguesa. A beleza lírica, a musicalidade e o ritmo empolgantes, a incrível naturalidade de fluência, a riqueza das imagens, a arrebatada grandiloquência fazem de Castro Alves um dos poetas mais adequados para a declamação. Sua obra é poesia pura, nascida do fundo da alma. Não tivesse morrido com apenas 24 anos, onde chegaria este gênio da poesia?

O poema abaixo é um dos meus favoritos de Castro Alves, impregnado de um profundo Romantismo. É, sem dúvida, um dos mais belos de nossa literatura. Na imagem que acompanha o poema, o quadro "A Floresta", de Camille Pissarro.




Murmúrios da Tarde



Ontem à tarde, quando o sol morria,

A natureza era um poema santo,

De cada moita a escuridão saia,

De cada gruta rebentava um canto,

Ontem à tarde, quando o sol morria.

Do céu azul na profundeza escura



Brilhava a estrela, como um fruto louro,

E qual a foice, que no chão fulgura,

Mostrava a lua o semicirc'lo d'ouro,

Do céu azul na profundeza escura.

Larga harmonia embalsamava os ares!

Cantava o ninho-suspirava o lago...



E a verde pluma dos sutis palmares

Tinha das ondas o murmúrio vago...

Larga harmonia embalsamava os ares.

Era dos seres a harmonia imensa,

Vago concerto de saudade infinda!

"Sol — não me deixes", diz a vaga extensa,



"Aura-não fujas", diz a flor mais linda;

Era dos seres a harmonia imensa!

"Leva-me! leva-me em teu seio amigo"

Dizia às nuvens o choroso orvalho,

"Rola que foges", diz o ninho antigo,

'Leva-me ainda para um novo galho...



Leva-me! leva-me em teu seio amigo."

"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!



Inda um calor, antes que chegue o frio..."

E mais o musgo se conchega à penha

E mais à penha se conchega o rio...

"Dá-me inda um beijo, antes que a noite venha!



E tu no entanto no jardim vagavas,

Rosa de amor, celestial Maria...

Ai! como esquiva sobre o chão pisavas,

Ai! como alegre a tua boca ria...

E tu no entanto no jardim vagavas.

Eras a estrela transformada em virgem!



Eras um anjo, que se fez menina!

Tinhas das aves a celeste origem.

Tinhas da lua a palidez divina,

Eras a estrela transformada em virgem!

Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto,



Que bela rosa! que fragrância meiga!

Dir-se-ia um riso no jardim aberto,

Dir-se-ia um beijo, que nasceu na veiga...

Flor! Tu chegaste de outra flor mais perto!...

E eu, que escutava o conversar das flores,

Ouvi que a rosa murmurava ardente:



"Colhe-me, ó virgem, não terei mais dores,

Guarda-me, ó bela, no teu seio quente...

"E eu escutava o conversar das flores.

"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!"

Também então eu murmurei cismando...

Minh'alma é rosa, que a geada esfria...



Dá-lhe em teus seios um asilo brando...

"Leva-me! leva-me, ó gentil Maria!..."

terça-feira, 28 de junho de 2011

UM POETA CONSAGRADO.

Todos nós, que gostamos de poesia, conhecemos estes versos de Vinicius de Moraes:


"De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento."

(Soneto de Fidelidade)



E lindo, porém com uma outra face histórica, é o poema A Rosa de Hiroshima:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Escrito sob o influxo dos horrores da Segunda Guerra Mundial e, em especial, sob o impacto moral das explosões atômicas, “A Rosa De Hiroxima” é um poema bonito e forte.

Agora, durante mais uma guerra-massacre sem rima nem razão, vale a pena reler, repetir, cantar e recitar esse poema onde seja possível...

Gostou? Comente...



Você encontrará mais em:
www.algumapoesia.com.br
Ou, no livro:
Vinicius de Moraes

In Antologia Poética
José Olympio, 20a. ed., Rio de Janeiro, 1981

 

UM POETA MATOGROSSENSE. UM POETA NOSSO.

Eu imagino que você deve pensar muito em: “por que será que não ouvimos falar em poetas daqui? De pertinho da gente?" Talvez por que você ainda não conhece MANOEL DE BARROS.





"Nasci para administrar o à-toa / o em vão / o inútil", avisa o poeta Manoel de Barros numa espécie de profissão de fé. Ele sabe que "o poema é antes de tudo um inutensílio". Por isso seu ofício é inventar palavras, invadir o arco-íris, surpreender formigas.








Nascido em Cuiabá-MT em 1916, o poeta estreou em 1937 com o volume Poemas Concebidos sem Pecado. De lá para cá, já publicou quase duas dezenas de títulos e, a partir dos anos 80, conquistou a consagração. Os poemas de Manoel de Barros são marcados por uma sistemática irreverência com a lógica e o bom-comportamento das palavras. Seu trabalho é composto por uma poesia que "rola no chão" com os pequenos absurdos do dia-a-dia. Uma poesia marcadamente do interior, do Pantanal, que vive na proximidade de gente, bicho e planta. Uma poesia escrita por quem aprendeu sozinho que "uma árvore bem gorjeada passa a fazer parte dos pássaros que a gorjeiam".

Aprecie um de seus poemas:

SEIS OU TREZE COISAS QUE EU APRENDI SOZINHO

Com cem anos de escória uma lata aprende a rezar.

Com cem anos de escombros um sapo vira árvore e cresce por cima das pedras até dar leite.

Insetos levam mais de cem anos para uma folha sê-los.

Uma pedra de arroio leva mais de cem anos para ter murmúrios.

Em seixal de cor seca estrelas pousam despidas.

Mariposas que pousam em osso de porco preferem melhor as cores tortas.

Com menos de três meses mosquitos completam a sua eternidade.

Um ente enfermo de árvore, com menos de cem anos, perde o contorno das folhas.

Aranha com olho de estame no lodo se despedra.

Quando chove nos braços da formiga o horizonte diminui.

Os cardos que vivem nos pedrouços têm a mesma sintaxe que os escorpiões de areia.

A jia, quando chove, tinge de azul o seu coaxo.

Lagartos empernam as pedras de preferência no inverno.

O vôo do jaburu é mais encorpado do que o vôo das horas.

Besouro só entra em amavios se encontra a fêmea dele vagando por escórias...

A quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso.

Caracóis não aplicam saliva em vidros; mas, nos brejos, se embutem até o latejo.

Nas brisas vem sempre um silêncio de garças.

Mais alto que o escuro é o rumor dos peixes.

Uma árvore bem gorjeada, com poucos segundos, passa a fazer parte dos pássaros que a gorjeiam.

Quando a rã de cor palha está para ter — ela espicha os olhinhos para Deus.

De cada vinte calangos, enlanguescidos por estrelas, quinze perdem o rumo das grotas.

Todas estas informações têm soberba desimportância científica — como andar de costas.


Gostou? Saiba mais sobre ele nos livros:

Manoel de Barros
"Desejar Ser"
In Livro Sobre Nada (1966-1998)
Ed. Record, 3a. ed., Rio de Janeiro, 1996
"VII", "Seis ou Treze Coisas... (2)"
In Gramática Expositiva do Chão
(Poesia Quase Toda)
Ed. Civ. Brasileira, Rio de Janeiro, 1990


E, não se esqueça de nos contar o que achou dele, comentando!

Jogo de Literatura


V


Você se lembra de personagens, acontecimentos e estilos de escrita dos livros que já leu ou ouviu falar?
A revista nova escola disponibiliza um jogo on line para você avaliar seus conhecimentos sobre 25 livros nacionais e estrangeiros relacionando os trechos apresentados às respectivas obras. São diversos livros de autores clássicos e contemporâneos.

Dê um clique no link abaixo e bom jogo!!

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/jogo-literatura-582623.shtml

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um garoto chamado Rorbeto

Que o rapper Gabriel o Pensador manda bem nas letras de suas músicas nós já sabemos...Mas você sabia que além de talentoso com o rap, Gabriel também é autor de um livro que é um sucesso e ganhou até o mais celebrado prêmio da literatura nacional, o Jabuti. O nome do livro é "um garoto chamado Rorbeto", no livro são abordados temas como discriminação ao analfabeto, intolerância e tudo de uma forma muito leve num texto muito gostoso de ler. Olha só um trechinho do livro:

                                          Um garoto chamado Rorbeto
                                                Gabriel o Pensador

Era uma vez um menino que era muito atrapalhado
O nome dele era esquisito porque foi escrito errado
É que o pai se atrapalhava, sempre, sem parar.
E lhe deu um nome com uma letra fora do lugar

Quando o menino nasceu
O doutor viu que era homem
E falou para os pais dele: Já escolheram o nome?
Mas seu pai não tinha tido escola, era analfabeto,
Não sabia nem falar direito
E falou RORBETO

O Doutor    tava   com   pressa   e   anotou     assim    correndo
O seu   pai    ficou   olhando   como   se   estivesse    lendo
Mas   não   entendia   as   letras   porque   não   sabia    ler
O Doutor   mostrou   pro   pai  :
___O    nome   é   esse ?
___ Pode   ser.

A    mãe   tav a   tão   feliz    que   nem   prestou   atenção
Esperou     por    nove    meses    com    o     bebê    ao    coração  
E   ele    nasceu    com     saúde, trazendo    orgulho    e    amor
"Bem     vindo    seja    Rorbeto!Obrigada,    tchau,     Doutor!"

O   tempo    passou    feito    o    rio, correndo  ,    fazendo    Rorbeto    crescer.
E    um   dia    ele    quis    ensinar    o   seu    pai,    já    velhinho,    a    ler    e    a    escrever.
O    pai   que     nunca    teve    escola, gostou    da     ideia    e    pegou    uma   caneta

Roberto    lembrou-se ,    sorrindo,    do    dia    em    que    sua    mulher    deu     á    luz    um    bebê
E     sorrindo, falou    para    o    filho :
"Eu    errei!    O    seu    nome    seria    ROBERTO"

Mas    o     filho    falou:
"Não     errou,    não    Senhor! O  amor    faz    tudo    certo!"


Não       é       lindo !!!!!Com    certeza    é     um    livro   que    encanta      desde     os      leitores    mais    pequeninos    aos    mais     crescidinhos   como     nós.......

Boa   Leitura!!!!

Já conhece Florbela Espanca?

“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer razão do meu viver

Pois que tu és já toda a minha vida”


FLORBELA ESPANCA



Que tal conhecer? A vida de Florbela Espanca é uma verdadeira expressão do sentimento feminino em sonetos clássicos. Seu pai, introdutor do cinematógrafo em Portugal, se casa e tem filhos com a criada, em função da doença da mãe; bela filha cresce com temperamento artístico e é tratada como doente dos nervos, embora seja uma das primeiras mulheres a ingressar na Universidade de Lisboa; se casa três vezes e comete dois abortos, é incompreendida no meio em que vive; certo dia o único irmão, piloto, joga seu avião contra o rio Tejo; tradutora e poeta de lirismo dramático, suicida-se com dois frascos de Veronal.


Uma história incrível e apaixonante. Leia, e venha dividir com gente sua leitura. Comente.

Você já ouviu falar sobre POESIA VISUAL? E POEMA CONCRETO?

Mas, vocês já devem saber que muitas poesias tem a combinação de rimas, e provocam o sentimento do belo. Não é? Vejam essas:                                                    
Poema visual: E. M. de Melo e Castro

Poema visual: Ronaldo Azeredo

Tecnicamente, poesia concreta é a denominação de uma prática poética, cristalizada na década de 50, que tem como características básicas: a abolição do verso; a apresentação "verbivocovisual", ou seja, a organização do texto segundo critérios que enfatizem os valores gráficos e fônicos relacionais das palavras; a eliminação ou rarefação dos laços da sintaxe lógico-discursiva em prol de uma conexão direta entre as palavras, orientada principalmente por associações paronomásticas.
As composições poéticas desses poemas que você viu acima, são exatamente assim, tem como tendência o verso livre, de comprimento, métrica, e ritmo variável. Assim são definidas as POESIAS VISUAIS E OS POEMAS CONCRETOS. Uma grande descaracterização das formas tradicionais do poema ocorreu no Brasil a partir do CONCRETISMO. Eis, abaixo um poema concreto de uma dos fundadores do movimento:


Gostou? Então saiba mais em:

http://wn.com/Haroldo_de_Campos__Um_poeta_contra_o_t%C3%A9dio_trilha_de_FCLG
http://concretismo3-ano.blogspot.com/2008/10/nasce-morre.html

E depois, divida com a gente tudo o que você aprendeu, dê dicas de um poema que você quer ver aqui. Ou, use sua criatividade e coloque seu poema croncreto ou visual AQUI...
Estamos esperando...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

VAMOS SABER?

Você certamente já deve ter ouvido algo sobre a energia elétrica nas aulas de Física, Química, Biologia... Mas, que tal aprender de uma maneira bem legal como tudo funciona?


Então preste bem a atenção nesse vídeo:

 
Gostou? Esse vídeo mostra de maneira simples e real “de onde vem a energia elétrica”, como funciona as usinas e tudo mais.

Se você gosta desses assuntos, leia e conheça mais e mais aqui:
http://www.brasilescola.com/fisica/energia-eletrica.htm

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O MISTÉRIO DA FÁBRICA DE LIVROS

Laurinha sentiu os olhos boiando em suas próprias lágrimas...

Depois do último sinal daquela manhã de aulas, embalada por suas emoções, a menina não foi direto para casa, como era de costume. Seus pés a levaram ao bosque, o mesmo onde foi selado seu amor. Em um majestoso eucalipto, bem no coração do bosque, estava gravado um coração com as inicias dos dois amantes, cruzadas ao meio por uma flecha. Tudo escupido com precisão na casca da árvore.
Ah, o seucalipto! A promessa de um amor eterno, destroçada pela imagem gravada em seus pensamentos. Lá estava Adriano, rindo de mãos dadas com a recém-matriculada Lúcia, da 6ª série. “Não precisa nem escolher outra árvore! Nossos nomes têm até a mesma inicial!”, pensava Laurinha.
Ela disparou bosque adentro à procura do seucalipto, sabendo exatamente onde encontrá-lo. “E... se eles estiverem aqui?”. Voltou a caminhar, mais silenciosa. Com o coração saltitando, aproximava-se de... “um clarão?”. Onde estavam as árvores? E o mais importante: onde estava o seucalipto? Não muito longe dali, havia pilhas e pilhas de toras. Estaria ali, então?
Laurinha chega procurando por um responsável de obras, e se identifica com Aurélio, um autêntico trabalhador, que preocupa-se em ouvir as razões, circunstâncias ou as próprias revindicações de que trouxera essa jovem adolescente, assustada ao bosque. Dessa feita, acompanhada por essa figura que apareceu diante de seus olhos, e que parecia não querer mostrar tão cedo sua verdadeira forma, mas, ela parte em busca. Enfim, essa é uma história curta, porém alegre e divertida, Laurinha descobre todo o processo pelo qual passa um livro, da história em si até o propriamente dito. Teve a chance de escrever até o seu próprio livro!


Essa história nos mostra o processo da produção de um livro em meio a emoção do primeiro amor de uma menina. Laurinha encontrara seu primeiro amor e agora via desfazer-se. Um namoro inocente, que havia sido registrado pela imagem de um coração entalhado a canivete no tronco de um eucalipto. Mas até o seu eucalipto tinha sido derrubado... Uma história vibrante que entrelaça dois enredos: a história do amor de uma adolescente e a história da produção de um livro, o único veículo capaz de eternizar todas as histórias de amor.
 VALE A PENA LER!!!
Livro: O Mistério da Fábrica de Livros
Autor: Pedro Bandeira
Editora: Hamburg Gráfica



terça-feira, 21 de junho de 2011

Jovens Leitores

Está enganado aquele que pensa que já não se fazem leitores como os de antes. Prova disso são os BLOGS LITERÁRIOS que selecionamos hoje, feitos por jovens estudantes como você, que são apaixonados pela leitura e fazem dela mais que um hobby, tornando-a um hábito diário tão necessário quanto escovar os dentes (apesar de bem mais empolgante).

O primeiro deles é o blog RIZZENHAS, da Taize Odelli, uma "estudante de jornalismo que se meteu a fazer resenhas porque estava com vontade de escrever alguma coisa". Lá você encontra resenhas de diversos livros (diversos mesmo!) desde clássicos da literatura aos últimos lançamentos que estão ainda quentinhos nas livrarias do Brasil. O interessante desse site é que ele proporciona não apenas INFORMAÇÕES, mas também IMPRESSÕES tidas pela idealizadora ao ler os livros. Dessa forma, é possível saber se você vai gostar de lê-los ou não. Os livros estão organizados por uma LISTA DE LIVROS lidos e divididos por ano, é só escolher!

Outro blog que incentiva a leitura é o LITERALMENTE FALANDO, escrito pela Iris Figueiredo, de 18 anos, que além de se dedicar ao blog realiza encontros literários para trocar figurinhas sobre os grandes clássicos da literatura mundial. Não é o máximo? No blog da Íris você encontra, além de resenhas, entrevistas, comparações entre capas e uma seção que comenta a obra de um autor a cada mês.

Com um estilo um pouco diferenciado, outra boa pedida é o blog COMENDO LIVROS. Com um visual mais pesado e uma proposta mais descompromissada, o site promete falar de quaisquer tipos de livro sem preconceito. Segundo o próprio site "um blog destinado a compartilhar resenhas e downloads (autorizados) de livros e de filmes baseados em livros da coleção particular do autor (livros de viagem, de cozinha, de auto-ajuda, manuais, biografias, infantis, antologias, livros para organismos públicos, livros de organismos orgânicos, novelas baratas, clássicos de autores desconhecidos, de autores consagrados, de autores perturbados, de autores neuróticos... enfim, quase tudo que vale a pena ser lido)". Cheio de informações e ótimo pra quem gosta de ler até bula de remédio.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

NÃO ME DIGA - Restart



Não me diga que você não quer se olhar
Com vários problemas
Depressões e vícios que você
Não consegue controlar
Mais nunca é tarde
É só ter vontade
Você tem que acordar
Mais nunca é tarde
É só ter vontade


Você tem que acordar
Eu posso ver em seus olhos a vontade de sorrir
Mas não conseguem se encontrar, perdido por ai
As portas, fechadas
Não tem pra onde ir, a vida inteira
Tendo que fugir... daqui
Você é você
Não precisa fugir!
Você é você
Não precisa fugir!
Você é você
Não precisa fugir!
Você é você...
                                                                                                               
                                                                  













Vamos refletir nesses dois contextos:

Na música “Não me diga”podemos perceber o contexto da fuga. Fuga dos problemas, das drogas, e o que

mais na sociedade atual pode ser mais inconseqüente do que as drogas? O texto a baixo faz referência

exatamente a isso. Leia-o atentamente e o observe:



Antes de adentrarmos nos fatos e nas consequências do uso do crack

peço permissão à lingua portuguesa para usar duas palavras chave do

tema, que na verdade são inexistentes no nosso dicionário, quais

sejam: crackudo e vacilão.

Crackudo é originário do termo crack que é uma droga sintética.

Apalavra foi recentemente criada pelo povo brasileiro para identificar o

indivíduo que é usuário e viciado dessa droga, ou seja, crackudo nada

mais é do que o consumidor do crack, aquele cidadão que adquire o

produto para uso próprio.

A composição química do crack é simplesmente horripilante e

estarrecedora. A partir da pasta base das folhas da coca

acrescentam-se outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como: ácido sulfórico,

querosene, gasolina ou solvente e a cal virgem, que ao serem processados e misturados se transformam

numa pasta endurecida homogênea de cor branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de

cocaína, ou seja, meio a meio cocaína com os outros produtos citados. Estamos, sem sombras de dúvidas,

em aguda e profunda crise social,

familiar e criminal relacionada a essa droga avassaladora e mortal.

A população mostra-se atônita, indefesa e impotente com tal

problemática.

O homem é o único animal racional existente na face da Terra, mas age,

sem sombras de dúvidas de maneira irracional e gananciosa quando

conscientemente fabrica o mal para o seu semelhante. Dentre todos os

malefícios criados pelo homem para o homem, o crack está entre os

primeiros colocados.

Basta o experimento de um único cigarro da pedra do crack para

viciar o vacilão. A fumaça altamente tóxica da droga é rapidamente

absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando euforia e

aumento de energia ao usuário. Com a falta dessa sensação ao passar o

efeito da droga, logo o vacilão é compelido ao segundo cigarro e

assim por diante até leva-lo a consequências irremediáveis vez que ele é capaz de matar e morrer para

sustentar o seu vício.

O crackudo pode ter convulsão e como consequência desse fato, pode

leva-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca. Além

disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio

físico é devastador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e

pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de

garganta, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfôrico que

faz parte da composição química do crack assim trata de furar,

corroer e destruir a sua dentição.

Conclui-se assim que do mal nasceu o crack, que do crack surgiu o

vacilão, que do vacilão gerou o crackudo, que do crackudo restou a

morte.



Esse é um texto de Archimedes Marques: (*Delegado de Policia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela UFS)
Encontrado em:
http://www.mundomulher.com.br/?pg=17&sec=28&sub=29&idtexto=8800



Então, vocês conseguem perceber o quanto há de comum nesses dois contextos? Isso se chama intertextualidade.Quer saber mais sobre isso, acesse:

http://www.pucrs.br/gpt/intertextualidade.php

http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm

http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm

domingo, 19 de junho de 2011

CHARLES CHAPLIN (1889 - 1977)

Sir Charles “Charlie” Spencer Chaplin foi o mais famoso ator dos primeiros momentos do cinema hollywoodiano, e posteriormente um notável diretor. No Brasil é também conhecido como Carlitos (equivalente a Charlie), nome de um dos seus personagens mais conhecidos. Chaplin foi uma das personalidades mais criativas da era do cinema mudo; ele atuou, dirigiu, escreveu, produziu e eventualmente financiou seus próprios filmes. Chaplin, cujo quociente de inteligência era de 140, foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão americano Samuel Reshevsky. Nasceu em Walworth, Londres, dos pais Sr. Charles e Hannah Harriette Hill, ambos animadores do Music Hall.Adepto ao cinema mudo, o também cineasta, era contra o surgimento do cinema sonoro, mas como grande artista que era, logo se adaptou e voltou a produzir verdadeiras obras primas: O Grande Ditador, Tempos Modernos e Luzes da Ribalta. 
Na década de 1930 seus filmes foram proibidos na Alemanha nazista, pois foram considerados subversivos e contrários a moral e aos bons costumes. Porém, na verdade, representavam uma crítica ao sistema capitalista, à repressão, à ditadura e ao sistema autoritário que vigorava na Alemanha no período. 

Em 1965, publicou sua autobiografia, Minha Vida. Em 1977, na noite de Natal, o mundo perdeu um dos grandes representantes da história do cinema.

" Não preciso me drogar para ser um gênio;
Não preciso ser um gênio para ser humano;
Mas preciso do seu sorriso para ser feliz "


Charles Chaplin

Charles Spencer Chaplin (1889 - 1977).
http://pensador.uol.com.br/autor/charles_chaplin/biografia/

" Chaplin  foi um dos grandes homens de sua época, pois tirava da tristeza, a mais pura alegria, doava sorriso a quem não sorria. "
Cléo Ferreira

Literatura de textos literários nas aulas de Geografia

Poemas, romances e crônicas são um material valioso para mostrar, por pontos de vista diferentes, como o homem e o ambiente interagem

O ESPAÇO NA POESIA Alunos da EMEF Conde Pereira Carneiro estudam migração com Morte e Vida Severina
Foto: Marcos Rosa
"O meu nome é Severino, / como não tenho outro de pia/ Como há muitos Severinos,/ que é santo de romaria,/ deram então de me chamar/ Severino de Maria." Com esses versos tirados do livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), a professora Tânia Pinto de Figueiredo, da EMEF Conde Pereira Carneiro, em São Paulo, começou uma aula para a 8ª série sobre o processo migratório brasileiro. 

A Geografia, disciplina que Tânia leciona, mostra sob variados ângulos o ambiente em que vivemos - formado por paisagens naturais e culturais em transformação - e ensina como lê-lo. Nos textos de informação, o sertão de Severino, por exemplo, é descrito de forma bem diferente da encontrada na produção de Melo Neto ou de outros escritores e poetas. "A literatura é capaz de dar uma visão mais humanística do espaço geográfico, complementar à que a moçada conhece dos mapas e materiais didáticos", diz Sueli Furlan, docente da Universidade de São Paulo (USP) e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Por isso, ela pode ampliar e facilitar o aprendizado desses conteúdos.
 

"O texto literário, além de gostoso de ler, é uma fonte histórica", completa Sueli. De acordo com ela, são muitas as obras ricas em conteúdos sobre o espaço geográfico.
 Grande Sertão: Veredas eManuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa (1908-1967), Os Sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), Macunaíma e Paulicéia Desvairada, de Mario de Andrade (1893-1945), são bons exemplos. 


As crônicas também oferecem diferentes retratos da sociedade 
Não só os romances e as poesias são indicados para esse tipo de trabalho. As crônicas também oferecem um panorama da sociedade em diferentes épocas e locais. Os textos da coluna de Clarice Lispector no jornal
 Comício, reunidos no livro Correio Feminino, são uma alternativa valiosa. Com eles, é possível abordar o papel da mulher. "O lar é o lugar onde devemos encontrar a nossa paz de espírito num ambiente limpo, sadio e agradável, e cabe à mulher providenciar isso. (...) A dona de casa é a que faz da sua casa o lugar de descanso e felicidade do marido e dos filhos." O trecho escrito por Clarice pode causar estranheza em muitas mulheres de hoje, mas no início da década de 1950, na época em que foi publicado, era um retrato fiel do dia a dia de milhões de brasileiras. 

"Valendo-se dos 'pequenos textos inofensivos' sobre o comer, o vestir, o enfeitar-se, a autora instiga as leitoras a refletir sobre as duas realidades em que se encontra a sociedade: o mundo das simulações e o da verdadeira natureza das coisas", defende Aparecida Maria Nunes, no prefácio do livro. Ao ler os conselhos que a escritora dava às mulheres em meados do século passado e compará-los com o cotidiano atual, o aluno compreende as mudanças na relação homem mulher nos últimos anos e entende que o espaço geográfico está sempre em transformação.
Ler em Todas as Disciplinas
NOVA ESCOLA está lançando uma edição especial sobre o papel da leitura do 6º ao 9º ano. O material traz reportagens sobre os gêneros de texto privilegiados pelas oito disciplinas, apresentando os procedimentos de apoio à leitura mais usados. Tudo para ajudar o aluno a entender o que lê. A revista chega às bancas no dia 27 de novembro por 4,90 reais.


Dois caminhos são válidos na hora de usar a ficção 
Para trabalhar os textos literários em Geografia, o professor precisa definir os objetivos da leitura e escolher as publicações que melhor se adaptem aos conteúdos a serem ensinados. Os pontos que serão focados devem estar claros. Definido o livro, há duas opções: usar a obra para finalizar o estudo de um assunto e ilustrar os conteúdos que a turma aprendeu nas aulas anteriores ou apresentá-la aos alunos para dar início à discussão de um tema que será aprofundado com o apoio do livro didático.
 

Essa última foi a opção da professora Tânia para explicar a migração no Nordeste do país. Ao levar para a sala o livro
 Morte e Vida Severina - que conta a saga do retirante Severino ao deixar o sertão da Paraíba em busca de um futuro melhor na capital -, ela aproveitou, além da descrição da paisagem, os detalhes sobre a vida da população (leia a sequência didática). 

Para começar a leitura em sala, ela mostrou aos jovens apenas a capa da obra e pediu que eles levantassem hipóteses sobre a história. O que o título sugere? Será que "vida severina" se refere à vida de uma pessoa que tem esse nome? As respostas foram variadas e cada um anotou as impressões que tinha numa ficha. Terminado o aquecimento, ela contou à turma quem é o autor, falou um pouco sobre a vida e as ideias dele e explicou a trama. Depois, escolheu os trechos que tinham uma relação próxima com o conteúdo geográfico a ser abordado.
 

Tânia leu o seguinte trecho em voz alta para a turma: "(...) Vejamos: é o Severino/ da Maria do Zacarias,/ lá da serra da Costela,/ limites da Paraíba. (...) Somos muitos Severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima/ a de tentar despertar/ terra sempre mais extinta/ a de querer arrancar/ alguns roçados da cinza".
 

Esse foi o passaporte para que os adolescentes entrassem na história e vivenciassem, por meio do texto, a seca do sertão nordestino. Uma série de perguntas surgiu com base nos versos. Tânia, então, direcionou o olhar da classe para temas específicos da disciplina: onde se passa a história? Como é o clima nessa região? E a terra, é fértil? "Para entender o universo e suas transformações, o aluno precisa aprender a ler e entender o texto. O professor deve ajudar nisso", defende a professora. Ao conduzir a aula desse modo, ela detalhou os conteúdos que seriam trabalhados nas aulas seguintes, tornando-os mais próximos da turma.






Como trabalhar textos literários nas aulas de Geografia
Sueli Furlan, docente da Faculdade de Geografia da USP e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, comenta as possibilidades de enriquecer o trabalho em sala de aula por meio da leitura de textos da literatura nacional e estrangeira.








Utilizar a leitura de textos literários como artifício para o ensino de Geografia é uma das formas mais inovadoras de trabalhar conteúdos, por vezes, complexos e desanimadores para os alunos. O ensino de Geografia por meio desse tipo de leitura enriquece o universo teórico e critico do aluno, fazendo com que o mesmo interaja com o assunto ensinado em sala, e ao mesmo tempo, consiga associar esse conhecimento aos textos literários, ou seja, levando em consideração o clima e a região.

 Dessa forma, o aluno irá aprender de maneira interativa e certamente, aprenderá melhor o conteúdo, pois os conceitos geográficos estudados serão associados aos contextos dos  textos literários.  

Caso queira saber mais sobre o assunto, acesse o site: www.novaesocla.com.br



Saber ler em todas as áreas

De fato é notório a importância da leitura em todas as áreas do conhecimento, o texto publicado pela revista Nova Escola, traz sugestões de trabalhos com a leitura em algumas disciplinas do saber. Leia e comente!


Como várias disciplinas do currículo podem contribuir para a formação de bons leitores

Quase todo gestor já ouviu um membro da equipe comentar que os alunos não conseguem fazer algum exercício por não entender o enunciado. Nessas horas, em vez de torcer o pescoço em direção ao professor de Língua Portuguesa, pode-se aproveitar a chance de estimular os educadores das diferentes áreas a refletir sobre seu papel na formação de leitores. Se está claro que cada disciplina ganha quando a leitura é aperfeiçoada, também precisa ficar evidente que todos podem contribuir para que os estudantes entendam o que leem. 

A edição especial de NOVA ESCOLA
 Ler em Todas as Disciplinas traz 20 exemplos de professores de todas as áreas da Educação Básica que trabalharam com os alunos estratégias para melhorar a compreensão de textos, informações e imagens. Algumas dicas valem para todos os docentes, como ensinar a fazer anotações que desenvolvam o conceito, grifar os trechos essenciais e resumir com um objetivo bem definido. Outras são mais específicas e pertinentes a algumas disciplinas, como os exemplos dados a seguir. 

Arte
Filmes, músicas e imagens precisam ser lidos por etapas. Os estudantes devem passar pela descrição da obra, depois pela análise do estilo e pelo conhecimento do autor para só então chegar à mensagem que o artista pretende transmitir, ou seja, à interpretação.
 

Ciências
Para a comunidade científica, uma bula de remédio organizada por tópicos é um dos textos mais fáceis de entender, mas a maioria das pessoas não acha tão simples. Cabe ao professor de Ciências ajudar os estudantes a explorar a precisão dos relatórios com conclusões de pesquisa, os textos instrucionais para fazer experiências e reportagens que abordem questões de saúde, alimentação, meio ambiente e tecnologia.
 

Educação Física
Os movimentos - a base de esportes, jogos, lutas e danças - expressam muitos significados da cultura em que estão inseridos. Para ensinar os alunos a lê-los e interpretá-los, o professor de Educação Física pode usar infográficos, vídeos e narrativas de atividades. 

Geografia 
Além dos textos didáticos, é preciso, nessa disciplina, ler o espaço - composto de paisagens naturais e culturais em transformação. Há também croquis, mapas, fotos e imagens de satélites que servem de apoio desde que sejam compreendidos. O aluno precisa entender também títulos, legendas e escalas.
 

História 
Procurar a contextualização de época em um texto, imagem ou mapa exige uma habilidade específica de leitura. Em História, os alunos devem aprender a colocar fatos em ordem cronológica, comparar fotos e mapas antigos com representações atuais do mesmo espaço e buscar em textos literários e jornalísticos elementos que colaborem com a compreensão do passado - como a descrição de roupas, de costumes e do contexto social e político. O professor pode colaborar ainda com a aplicabilidade dos tempos verbais e o incentivo à construção de relatos pelos alunos.
 

Língua Estrangeira 
O uso de diferentes gêneros desde o início do aprendizado de um idioma tem mais sucesso do que o caminho tradicional de tradução e memorização de palavras. Mesmo sem entender cada vocábulo, é possível desenvolver a habilidade de entender o contexto geral e, aos poucos, propor objetivos específicos. Para tanto, o professor dispõe de esquemas elaborados com perguntas ou com uma linha do tempo.
 

Língua Portuguesa 
O professor de Língua Portuguesa pode assumir a função de auxiliar os colegas, porém é sua função colocar as turmas em contato com gêneros menos abordados nas demais áreas, como poemas, crônicas e contos, e trabalhar para aumentar o vocabulário dos estudantes com a exploração de textos mais difíceis.
 

Matemática 
Os textos dos problemas matemáticos exigem a proficiência em leitura. Os alunos precisam entender a que se refere cada número para analisar como chegar à resposta. O professor da disciplina deve ajudá-los a fazer as perguntas certas e conseguir relacionar os dados. Uma alternativa é pedir aos alunos que, antes de fazer os cálculos, falem com as próprias palavras sobre os caminhos para encontrar a solução.

 

Gostou da leitra e quer se informar mais a respeito desse assunto? Acesse o site da Nova Escola: www.novaescola.com.br