REVISTA VEJA: CONTRIBUINDO PARA UM PAÍS PIOR.
Como a maioria dos brasileiros, adoro novela. Acredito que as
novelas no Brasil são um mapa social,um estudo que revela o que o brasileiro
sente em relação a muitas coisas. E hoje na fila do supermercado vi a capa da
Revista Veja desta semana,as duas personagens principais da novela Avenida
Brasil, Nina e Carminha.
Não acreditei. Sei que a Revista Veja não representa muito a
realidade do país, é apenas um manual para a classe média, que sem ela
surtaria, sairiam as ruas babando, sem saber que filme assistir, que comida
comprar e o que consumir ou pensar. Mesmo assim a revista tem uma circulação
enorme e assusta pensar que estamos no meio de um dos maiores escândalos de
corrupção do país, O Mensalão, que demos um vexame histórico nas Olimpíadas e a
VEJA tem coragem de dar a capa a uma novela, como se fosse revista de fofoca.
Quando digo que o Brasil deu vexame nas olimpíadas, me refiro à
visão do resto mundo, não dos próprios brasileiros. Para todos nós é normal
saber que neste país ninguém apoia os atletas, que raramente contam com
patrocínio. Sabemos que os atletas brasileiros costumam estar largados (apesar
de importância do esporte) e que o governo nem perde seu tempo com eles. Porém,
para o mundo somos a sexta maior economia do planeta, somos os ricos agora, e,
penso eu, ao ver a maneira como a delegação brasileira entrou na abertura dos
jogos, sambando e sorrindo (como é costume de nosso povo), devem ter esperado
mais de seu desempenho atlético. E uma revista de tal alcance como é a VEJA
resolve perder tempo com uma novela.
O que alegam a respeito é que a novela é sucesso, e por isso
mereceu a capa. Não duvido que seja, mas não o enredo da novela não é o fato
principal de nosso país, não podemos chegar a esse nível de alienação.
Inacreditavelmente, a revista diz que a novela é um fenômeno, ora, fenômeno é
um país que é a sexta economia do planeta e tem tanta miséria, 15 milhões de
analfabetos e 200 mil moradores de rua e 20% da população vive sem saneamento
básico, isso sim é um fenômeno.
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