terça-feira, 28 de junho de 2011

UM POETA CONSAGRADO.

Todos nós, que gostamos de poesia, conhecemos estes versos de Vinicius de Moraes:


"De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento."

(Soneto de Fidelidade)



E lindo, porém com uma outra face histórica, é o poema A Rosa de Hiroshima:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Escrito sob o influxo dos horrores da Segunda Guerra Mundial e, em especial, sob o impacto moral das explosões atômicas, “A Rosa De Hiroxima” é um poema bonito e forte.

Agora, durante mais uma guerra-massacre sem rima nem razão, vale a pena reler, repetir, cantar e recitar esse poema onde seja possível...

Gostou? Comente...



Você encontrará mais em:
www.algumapoesia.com.br
Ou, no livro:
Vinicius de Moraes

In Antologia Poética
José Olympio, 20a. ed., Rio de Janeiro, 1981

 

2 comentários:

  1. Essa poesia mostra uma face do Vinícius que não é apenas o poeta cheio de romantismo e de mulheres. Muito boa!

    ResponderExcluir
  2. Sem contar que essa poesia é rica (e muito) em figuras de linguagem, como: Anáfora (repetição do mesmo termo) "Pensem"; Eufemismo (atenuar uma expressão desagradável) "Pensem nas feridas como rosas cálidas" - sem contar que esse "como" marca a comparação metafórica! A aliteração (repetição de consoantes) "Rosa, rosa" e outras mais figuras como: paradoxo, apóstrofe, zeugma!

    ResponderExcluir